Há mais de duas décadas atrás, o ampelógrafo francês Jean-Michel Boursiquot decidiu investigar a fundo as uvas que teimavam em amadurecer tardiamente nos vinhedos chilenos de Merlot. Boursiquot fez uso da engenharia genética – na época, uma novidade no campo da vitivinicultura –, para fazer sua descoberta. Misturada às uvas Merlot ele identificou a Carménère.

A variedade, originária de Bordeaux, foi dada como extinta quando a praga da filoxera dizimou os vinhedos da Europa na segunda metade do século XIX.

Muito provavelmente, as mudas de Carménère chegaram ao Chile misturadas à outras variedades francesas e por isso ficaram escondidas até que Boursiquot descobrisse a casta nos vinhedos da Viña Carmen. Hoje, a Carmènere é a uva mais emblemática do Chile, originando vinhos com um interessante toque vegetal.