• No 3º trimestre de 2018 (3T18), a Embraer entregou 15 jatos comerciais e 24 executivos (17 leves e sete grandes), comparado aos 25 jatos comerciais e 20 executivos (13 leves e sete grandes) do 3T17;
  • No 3T18, a carteira de pedidos firmes (backlog) da Companhia fechou em US$ 13,6 bilhões;
  • No trimestre, o EBIT[1] e EBITDA² foram de R$ 176,6 milhões e R$ 412,2 milhões, respectivamente, levando a margens de 3,9% e 9,0%. No acumulado do ano, o EBIT e o EBITDA foram de R$ 181,9 milhões e R$ 845,5 milhões, respectivamente e inclui o impacto negativo de um item especial, não recorrente de R$ 458,7 milhões no 2T18, referente a um aumento de custos no contrato de desenvolvimento do KC-390, em decorrência do incidente com o protótipo 001 ocorrido em maio;
  • O EBIT e o EBITDA ajustados nos nove primeiros meses do ano (9M18) foram de R$ 640,6 milhões e R$ 1.304,2 milhões, respectivamente e excluem o item especial referente ao KC-390. Nesse mesmo período,    as margens EBIT e EBITDA ajustadas foram de 5,2% e 10,6%, respectivamente, dentro das estimativas da Embraer para 2018 de margens ajustadas EBIT entre 5% e 6% e EBITDA entre 10% e 11%;
  • No 3T18, a Embraer apresentou Prejuízo líquido de R$ 83,8 milhões e Prejuízo por ação de R$ 0,1142. O Prejuízo líquido ajustado (excluindo-se impostos diferidos, contribuições sociais e itens especiais) foi de R$ 119,3 milhões e o Prejuízo por ação ajustado ficou em R$ 0,1626;
  • A Embraer teve um uso livre de caixa ajustado de R$ 669,4 milhões durante o 3T18 e terminou o trimestre com uma posição total de caixa de R$ 12.580,7 milhões, com uma dívida de R$ 16.106,2 milhões, resultando em uma dívida líquida de R$ 3.525,5 milhões;
  • A Companhia reafirma todas as suas estimativas financeiras e de entregas para 2018, que não incluem o impacto não recorrente da revisão de base de custos do KC-390, ocorrida no 2T18.

As informações operacionais e financeiras da Empresa, exceto quando de outra forma indicadas, são apresentadas com base em números consolidados de acordo com as normas contábeis IFRS (International Financial Reporting Standards) e em Reais. Os dados financeiros trimestrais são derivados de demonstrações financeiras não auditadas, enquanto os dados anuais são auditados, exceto quando de outra forma indicado.

É importante mencionar que, na comparação entre o 3T18 e o 3T17 a variação cambial ocorrida no período, em que o Dólar norte-americano teve uma apreciação de 26% em relação ao Real brasileiro, afetou positivamente diversas contas e o resultado no 3T18.

RECEITA LÍQUIDA E MARGEM BRUTA

A Embraer entregou 15 aeronaves comerciais e 24 executivas (17 jatos leves e sete jatos grandes) no 3T18, para um total acumulado de 39 aeronaves entregues no trimestre. Isso se compara a um total de 45 aeronaves entregues no 3T17, das quais 25 foram comerciais e 20 executivas (13 jatos leves e sete jatos grandes). Durante os 9M18 a Companhia entregou 57 jatos comerciais e 55 executivos (40 leves e 15 grandes), comparados ao mesmo período de 2017 quando foram entregues 78 jatos comerciais e 59 executivos (40 leves e 19 grandes). A Embraer mantém sua previsão de entregar, no ano, de 85 a 95 jatos comerciais e de 105 a 125 jatos executivos (70 a 80 jatos leves e 35 a 45 jatos grandes). A Companhia espera que as entregas dos segmentos de Aviação Comercial e Aviação Executiva aumentem significantemente ao longo do 4T18.

No 3T18, a Receita líquida foi de R$ 4.581,3 milhões, apresentando 11% de crescimento em relação ao 3T17 apesar de um menor número de entregas nos segmentos de Aviação Comercial. Parte desse crescimento está atrelado ao melhor desempenho dos outros segmentos de negócio, onde tivemos crescimento das entregas na Aviação Executiva, crescimento da receita de Defesa & Segurança e de Serviços & Suporte mas parte também está relacionada à variação cambial ocorrida no período, conforme descrito anteriormente. Nos 9M18, a receita líquida da Embraer foi de R$ 12.341,7 milhões, comparada aos R$ 13.118,9 milhões do 9M17.

A Margem bruta consolidada foi de 18,1% no 3T18 e se manteve estável em relação aos 18,2% do 3T17. Nos 9M18, a Margem bruta consolidada foi de 15,5% comparada aos 17,9%, dos 9M17, impactada principalmente pela queda da Margem bruta nos segmentos de Aviação Comercial e de Defesa & Segurança, que foram parcialmente compensadas pela expansão no segmento de Aviação Executiva.

RESULTADO OPERACIONAL E MARGEM OPERACIONAL

O Resultado operacional (EBIT) e a Margem operacional no 3T18 foram de R$ 176,6 milhões e 3,9%, respectivamente e permaneceram praticamente estáveis em relação aos R$ 176,0 milhões e os 4,3% reportados no 3T17. No 3T18, o EBIT e o EBITDA não tiveram qualquer influência de itens especiais, o que por sua vez ocorreu no 3T17 que sofreu um impacto negativo de R$ 11,4 milhões referentes aos impostos sobre as remessas executadas para pagamentos no exterior, após a finalização da investigação do FCPA. Excluindo-se esse item especial, no 3T17 o EBIT ajustado foi de R$ 187,4 milhões e a Margem EBIT ajustada foi de 4,6%.

Nos 9M18, o EBIT e a margem EBIT foram de R$ 181,9 milhões e 1,5%, respectivamente, comparados ao EBIT de R$ 859,6 milhões e à margem EBIT de 6,6% do 9M17. É importante ressaltar que na comparação entre os anos, nos 9M18, o EBIT teve um impacto negativo não recorrente de R$ 458,7 milhões relacionados à revisão de base de custos do KC-390, ocorrida no 2T18 em decorrência do incidente com o protótipo 001 ocorrido em maio. Nos 9M17, o EBIT foi negativamente impactado por R$ 4,3 milhões de itens especiais. Excluindo-se esses valores, nos 9M18 o EBIT e a Margem EBIT ajustados foram de R$ 640,6 milhões e 5,2%, respectivamente, e nos 9M17 foram de R$ 863,9 milhões e 6,6%, respectivamente. A queda no acumulado de 2018 quando comparado ao acumulado de 2017 se dá principalmente pelo menor número de entregas na Aviação Comercial, conforme já mencionado anteriormente.

As despesas administrativas totalizaram R$ 176,5 milhões no 3T18, representando crescimento em relação aos R$ 151,1 milhões relatados no 3T17, e subiram de R$ 413,3 milhões nos 9M17 para R$ 469,9 milhões nos 9M18. As despesas comerciais cresceram de R$ 210,8 milhões no 3T17 para R$ 291,7 milhões no 3T18 e no acumulado anual, saíram de R$ 704,1 milhões para R$ 777,8 milhões nos 9M18. A variação cambial ocorrida no período foi o principal contribuinte para esse aumento. As despesas com Pesquisa caíram de R$ 45,1 milhões no 3T17 para R$ 34,8 milhões do 3T18. Nos 9M18 essa mesma despesa foi de R$ 101,7 milhões e ficou estável em relação aos R$ 100,8 milhões incorridos nos 9M17, porém dentro da estimativa anual da Companhia de US$ 50 milhões.

A conta Outras receitas (despesas) operacionais líquidas apresentou despesa de R$ 150,2 milhões no 3T18, comparada a uma despesa de R$ 166,5 milhões no 3T17 que incluía o impacto líquido negativo de R$ 4,3 milhões referente aos itens especiais, conforme mencionado anteriormente, sem o qual essa conta seria uma despesa de R$ 162,2 milhões. Esse crescimento ocorreu principalmente em função da variação cambial. Nos 9M18, Outras receitas (despesas) operacionais líquidas, apresentaram despesas de R$ 375,5 milhões em comparação à despesa de R$ 245,0 milhões nos 9M17. Ajustando-se para os itens especiais registrados nesta linha, nos 9M17 a Embraer apresentou despesa de R$ 240,7 milhões em comparação à despesa de R$ 375,5 milhões nos 9M18. A principal razão para esse aumento é devido ao aumento de impostos sobre remessas, relacionado às nossas operações de aeronaves usadas, assim como o aumento de despesas com o impairments de aeronaves usadas e com serviços de consultoria.

RESULTADO LÍQUIDO

No 3T18, a Embraer apresentou Prejuízo líquido de R$ 83,8 milhões e Prejuízo por ação de R$ 0,1142. Isso se compara, no 3T17, com o Lucro líquido de R$ 331,9 milhões e com o Lucro por ação de R$ 0,4513. Nos 9M18, o Prejuízo líquido foi de R$ 590,9 milhões e Prejuízo por ação de R$ 0,8053.

O Lucro líquido ajustado, excluindo Imposto de renda e contribuição social diferidos e também o impacto líquido, após imposto do item especial não recorrente descrito anteriormente, foi de R$ 119,3 milhões no 3T18, comparado ao Lucro líquido ajustado de R$ 188,9 milhões no 3T17. O Prejuízo por ação excluindo-se esses mesmos itens foi de R$ 0,1626 no 3T18, comparado ao Lucro por ação de R$ 0,2568 do 3T17. Nos 9M18, o Prejuízo líquido ajustado foi de R$ 194,8 milhões, comparado ao Lucro líquido ajustado de R$ 771,9 milhões nos 9M17. O Prejuízo por ação ajustado foi de R$ 0,2655 nos 9M18, comparado ao Lucro por ação ajustado de R$ 1,0495 nos 9M17.

O lucro (prejuízo) líquido e o lucro (prejuízo) líquido ajustado nos 9M18 foram negativamente impactados por menores resultados operacionais, além de maiores despesas financeiras líquidas e perdas cambiais líquidas. O crescimento das despesas financeiras líquidas se deve em grande parte pela atual posição de dívida líquida e à menor receita financeira de nosso caixa e equivalentes, enquanto que as perdas cambiais estão associadas à desvalorização do real em relação ao dólar norte-americano desde o início de 2018. A Embraer antecipa que algumas dessas perdas cambiais podem se reverter até o final do ano.

ATIVOS E PASSIVOS MONETÁRIOS E ANÁLISE DE LIQUIDEZ

A Companhia encerrou o 3T18 com uma posição de Dívida líquida de R$ 3.525,5 milhões, representando um aumento em relação à Dívida líquida de R$ 2.780,9 milhões ao final do 2T18, principalmente em função do fluxo de caixa negativo durante o trimestre. No final do trimestre, a Companhia possuía um Total de financiamentos da ordem de R$ 16.106,2 milhões, aumento de R$ 442,8 milhões em relação ao final do 2T18, principalmente em função da variação cambial do período.

No 3T18, a Companhia apresentou um Uso livre de caixa ajustado de R$ 669,4 milhões, comparado ao Uso livre de caixa ajustado de R$ 102,0 milhões no 3T17. Isso se deve em grande parte ao Caixa líquido usado pelas atividades operacionais (líquido de investimentos financeiros e ajustado pelos impactos não recorrentes no caixa) de R$ 306,7 milhões no 3T18, em comparação aos R$ 334,7 milhões gerados no 3T17. Os principais fatores que explicam um maior Uso livre de caixa no 3T18 incluem o impacto no capital de giro, principalmente pelos estoques mais altos e o Prejuízo líquido reportado no 3T18. Nos 9M18, a Companhia apresentou um Uso livre de caixa ajustado de R$ 1.877,5 milhões, comparado ao Uso livre de caixa ajustado de R$ 9,4 milhões nos 9M17. A Companhia espera gerar um fluxo de caixa livre significativo no 4T18, impulsionado por um maior volume de entrega de aeronaves. A Embraer mantém sua projeção de ter um Uso livre de caixa ajustado de US$ 100 milhões ou menos em 2018, já que espera um crescimento significativo de entregas no último trimestre desse ano.

As Adições líquidas ao imobilizado totalizaram R$ 105,2 milhões no 3T18 e R$ 149,2 milhões no 3T17. Desse total, no 3T18, o CAPEX representou R$ 74,0 milhões, as Adições de aeronaves disponíveis para leasing ou em leasing foram de R$ 8,8 milhões e as Adições ao programa Pool de peças de reposição foram de R$ 22,4 milhões. Nos 9M18, o CAPEX foi de R$ 206,6 milhões, comparado aos R$ 353,8 milhões dos 9M17. A Companhia espera que o investimento em CAPEX deve terminar 2018 abaixo de sua estimativa de US$ 200 milhões para 2018, entretanto esse menor investimento em CAPEX não impacta negativamente os projetos em andamento na Empresa.

As Adições ao intangível no 3T18 foram de R$ 257,5 milhões e estão relacionadas a todos os investimentos em desenvolvimento de produtos, principalmente do programa dos E-Jets E2, no segmento de Aviação Comercial, que evoluiu conforme planejado. Os investimentos em desenvolvimento, líquidos da Contribuição de parceiros foram de R$ 257,5 milhões no 3T18 e nos 9M18, o acumulado líquido dessa conta ficou em R$ 296,2 milhões. A Companhia prevê que esses investimentos líquidos da Contribuição de parceiros deverão aumentar no 4T18, porém deverão ficar abaixo de sua estimativa anual de US$ 300 milhões.

No 3T18, o endividamento da Empresa teve crescimento de R$ 442,8 milhões em relação ao final do 2T18 e totalizou R$ 16.106,2 milhões. A dívida de longo prazo totalizou R$ 14.792,6 milhões, enquanto a dívida de curto prazo foi de R$ 1.313,6 milhões. Considerando o perfil atual da dívida, o prazo médio de endividamento é de 5,5 anos. O custo da dívida em Dólar, ao final do 3T18 ficou estável em 5,27% a.a. e o custo da dívida em Reais também permaneceu estável em 3,45% a.a.

A relação do EBITDA nos últimos 12 meses versus as despesas sobre os juros caiu de 1,76 no 2T18 para 1,36 no 3T18. Ao final do 3T18, 11% da dívida total eram denominadas em Reais.

A estratégia de alocação de caixa da Embraer continua sendo uma das principais ferramentas para a mitigação do risco cambial. Ajustando a alocação do caixa em ativos denominados em Reais ou Dólares norte-americanos, a Companhia busca neutralizar sua exposição cambial sobre as contas do balanço. Ao final do 3T18, o caixa alocado em ativos denominados em Dólar Norte-Americano era de 85%.

Complementando sua estratégia de mitigação dos riscos cambiais, a Companhia aderiu a alguns hedges financeiros para reduzir a exposição do seu fluxo de caixa.

Essa exposição ocorre pelo fato de que aproximadamente 10% da Receita líquida da Companhia é denominada em Reais e aproximadamente 20% dos seus custos totais também são denominados em Reais. Ter os custos denominados em Reais superiores às receitas gera tal exposição. Para 2018, cerca de 45% da exposição em Real está protegida, caso o Dólar se desvalorize abaixo de R$ 3,32. Para taxas de câmbio acima deste nível, a Empresa se beneficiará até um limite médio de R$ 3,75 por Dólar. Para 2019, a Embraer já levantou cerca de 90% do seu hedge zero cost collar, com um piso médio de R$ 3,42 e um teto médio de R$ 4,10.