O turismo foi um dos mais afetados pela pandemia do novo coronavírus e viu a receita cair drasticamente desde o início do ano. A pouco meses da temporada de férias, a expectativa é pelo reaquecimento do setor, mesmo que de maneira lenta e com a adoção de rígidos protocolos de segurança. Com a malha aérea ainda reduzida e o dólar em patamar elevado, a aposta é que os destinos nacionais serão os preferidos dos turistas.
“O que fica claro é que o turismo de proximidade vai ser mais forte. Estamos só com 10% dos nossos voos internacionais, 45% dos voos para o Brasil e vamos chegar 65% no final do ano. Nós calculamos que gastamos R? 20 bi em São Paulo para viajar para o Brasil e R? 20 bi para o exterior. Disso está sobrando R? 13 bi que não foi gasto nesse ano”, projetou o secretário de Turismo do Estado de São Paulo, Vinicius Lummertz, durante o webinar “Futuro do Turismo e as Expectativas para 2021”, transmitido nesta quinta-feira (22) pela In Press Oficina.
Além do secretário, participaram do evento o diretor-presidente do Grupo Cataratas, Pablo Morbis, e a sócia-diretora da In Press Oficina, Patrícia Marins, especialista em gestão de crise e reputação. A diretora do núcleo de relacionamento com Poder Público da In Press Oficina, Fernanda Lambach, fez a moderação do bate-papo virtual.
Para o diretor-presidente do Grupo Cataratas, responsável pela administração de parques por todo o país, já existe um movimento de retomada do turismo, que deve se acentuar nos próximos meses. Ele avalia que a maior procura será pelos destinos distantes dos grandes centros.
“De forma geral, a gente percebe que esse movimento do turismo começa a retomar, as vendas em setembro da CVC foram 89% das vendas de setembro do ano anterior. É a hora do brasileiro aproveitar o seu país e nossas riquezas. Conhecer o seu país a fundo. Quantos brasileiros conhecem Lençóis Maranhenses, Jericoacoara, Fernando de Noronha, Jalapão, Chapada do Guimarães, Chapada dos Veadeiros, Foz do Iguaçu?”
Na mesma direção, o secretário de turismo de São Paulo destaca que o Brasil tem um enorme potencial turístico represado e que deve ser explorado neste momento de reinvenção do setor. “Deixa eu comparar: 320 milhões de visitantes em parques naturais nos Estados Unidos. No Brasil, 14 milhões. Nós temos mais de 60% de cobertura vegetal e eles, 20%. Não faz sentido. O Brasil tem o maior potencial natural para desenvolver o turismo no planeta. Essa é a oportunidade que temos para fazer isso”, disse.
Momento exige cuidados e protocolos de segurança
Embora o ritmo de contágio da Covid-19 tenha desacelerado nas últimas semanas, a pandemia ainda é uma realidade. Por isso, toda a cadeia do setor deve adotar cuidados para preservar a saúde do turista, desde as companhias aéreas até os resorts, hotéis, pousadas e parques.
“A palavra em voga é segurança. Os destinos turísticos que conseguirem passar a sensação de segurança, que se dará através de protocolos rígidos bem executados, serão aqueles que terão a melhor performance. O turismo sempre tem uma capacidade enorme de se reinventar”, destacou Morbis.
Enquanto a vacina não chega, Patrícia reforça que a comunicação é essencial para conquistar a confiança do viajante nesse momento de incerteza. “O turista tem que sentir cuidado, que ele é ser humano, tem vontades, interesses, não é mais um número. Com cuidado e segurança é possível sim aproveitar esse momento da pandemia. Trabalhar o turista como centro de tudo é a grande equação para comunicar de forma efetiva e humanizada”, afirmou Patrícia.
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