Com o fechamento em março do icônico hotel Waldorf Astoria New York, como parte de uma reforma e remodelação planejada do empreendimento, a Hilton perdeu temporariamente um dos seus maiores representantes no mercado hoteleiro do país. Não demorou, porém, para o grupo retomar espaço na cidade de Nova York com novos investimentos.

Em outubro, por exemplo, o Grupo Hilton assumiu o London NYC, hotel vizinho do Central Park, anunciando planos para converter o empreendimento de 516 quartos em uma propriedade de marca Conrad até 2019. O hotel será o segundo de Manhattan com a bandeira Conrad da Hilton,complementando o Conrad New York, de 463 quartos, que abriu na cidade em 2012.

A adição do Londres NYC ao portfólio aconteceu pouco depois da rede Hilton assumir a administração do One Un New York. O hotel da ONU, situado no coração da sede internacional das Nações Unidas. Agora nomeada Millennium Hilton New York One Un Plaza, a propriedade conta com 439 quartos e suítes e espaços para reuniões e eventos, além de áreas públicas e restaurantes.

Com os dois acordos, o Grupo Hilton acrescentou, em menos de dois meses, quase mil quartos de luxo para seu portfólio no centro de Nova York, compensando, ao menos em parte, a perda dos 1,4 mil quartos que administrava no Waldorf, antes de sua interdição para reformas – vale lembrar que ele reabrirá em cerca de três anos, embora com uma redução considerável do número de acomodações: serão 840, enquanto outros 321 apartamentos de luxo serão voltados para o uso como condomínio.

Para o site Travel Weekly, porém, a rede teria afirmado que o momento oportuno das duas novas adições foi meramente uma coincidência, mais fruto de um relacionamento do grupo com o Milennium & Copthorne e com os proprietários do London NYC do que necessariamente uma reação ao fechamento do Waldorf.

AUMENTO DE OFERTA É UM RISCO

Ainda para o Travel Weekly, a Hilton poderia estar correndo um risco ao expandir a sua presença no mercado de Nova York, onde o aumento da oferta está entre os “mais rápidos do país dos últimos anos”, afirmou o site.

A oferta de acomodações no terceiro trimestre deste ano na Big Apple cresceu 4% em relação ao ano anterior, a sexta taxa de crescimento mais rápida entre os maiores mercados hoteleiros dos Estados Unidos, segundo estudo da empresa de consultoria STR Global.

Hoje, a cidade conta com cerca de 115 mil quartos, o que representa um aumento de cerca de 25% nos últimos cinco anos, enquanto outros 17 mil novas acomodações estão previstas para serem abertas em Manhattan, de acordo com NYC & Company, agência de promoção turística da cidade.

Por outro lado, o número de quartos de luxo de Nova York tem aumentado de forma bem mais tímida do que as acomodações em geral. De 2012 para cá, foram acrescidos apenas 10% ao montante de apartamentos das categorias luxo e upper-upscale, consideradas as mais superiores, enquanto o aumento mais substancial aconteceu nos quartos upscale e midscale.

VIAJANTES CORPORATIVOS DE DIFERENTES ÁREAS

Os três hotéis de luxo (London NYC ou Conrad, o New York One Un e mesmo o Waldorf, quando reabertos devem receber diferentes tipos de público, explicou Ted Ratcliff; os três, porém, devem focar em viajantes corporativos, com turistas à lazer ficando em segundo plano.

Segundo o VP sênior de Administração da rede, enquanto o novo Conrad atrairá membros da indústria de entretenimento e tecnologia, o Waldorf, quando finalizar a reforma, deve receber principalmente viajantes de empresas mais tradicionais, como corporações financeiras e de contabilidade. Já o Millennium Hilton New York One Un Plaza, por sua proximidade da Onu, deve, naturalmente, continuar a atender um público diplomático.

“Não é secreto que o aumento da oferta tem sido gigantesco ultimamente. Todos os nossos hotéis, porém, foram bem sucedidos, por isso é uma questão de equilibrar as expectativas até a demanda atender à oferta. Mas não é como se as pessoas não desejassem mais vir para cá”, finalizou Ted Ratcliff.